A tusa

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Resolvi ir até à praia. É bom viver num país perto do Oceano. Imagino toda aquela malta que, por infelicidade geográfica - e genética - resolveu nascer num daqueles países emboscados por nações vizinhas -, pedaços de terra rodeados de terra por todos os lados - e demoram dias de viagem até poderem vislumbrar o Mar. Na praia onde estendi a toalha um grupo de cachopos brincava. Deviam ter entre os 5 e os 7 anos. Deliravam com a areia. Falavam, corriam e bracejavam. Comentavam como a miúda que dormitava ao sol, numa toalha colorida, era “gostosa”. Corriam em sua direcção, riam envergonhada e atrevidamente, para fugirem a correr, como se tivessem cometido algum delito menor. A miúda ignorava. Eles teimavam. Havia um pequenito loiro que, talvez por ser demasiado novo, vivia toda esta história de uma forma muito dele. Viajava por um universo à parte. Provocava chuvas de areia e ria. Com uma pequena concha fazia uma festa tremenda. A inocência faz de nós seres alheios à malícia e sacanagem que nos envolve.


Pensei na minha infância. Tentei recordar o momento e o evento que despertou em mim o apetite pelas meninas. Quando é que passei a olhar para elas com olhos enfeitiçados? Com desejos de fome sem as querer morder? Quando terá surgido essa vontade de as ter? Quando terei sentido tusa pela primeira vez? Não consegui chegar a esse momento. Que pena...


Lembro-me de um episódio muito marcante da minha infância. O dia em que encontrei um jornal erótico abandonado nas escadas de uma Igreja. Ali estava ele. Apenas consegui ver parte da página da capa. Não tive dúvidas. Era a fotografia de um par de mamas muito avantajado. Uma mulher a sério. Achei aquilo curioso. Não consigo precisar se senti tusa, a verdade é que as minhas pupilas dilataram - tal como um gato prestes a atacar - e o coração bateu um pouco mais rápido. Senti um misto de excitação e receio; peguei no jornal e guardei-o por baixo da camisa que vestia. Confirmei que ninguém havia sido testemunha. Cheguei a casa e escondi-o numa caixa de jogo de tabuleiro. Ninguém iria descobrir.


Os dias e semanas passaram. Volta e meia lá ia eu espreitar. Gostava de ver as fotografias das mulheres nuas. Peludas e com mamas enormes. Rabos redondos, provocando-me.

Numa das tardes em que estava sozinho em casa, resolvi ler umas das paginas do jornal. Era uma pequena história erótica intitulada “Leite com Farturas”. Irei tentar contar-vos da melhor forma que me recordo:


Solange morava há pouco tempo no prédio. Vivia sozinha no primeiro esquerdo. Os vizinhos, tal como em todas as grandes cidades, ignoraram a sua presença. Duas semanas e não tinha travado conhecimento com ninguém. Naquela tarde, depois de voltar do trabalho e ter tomado um banho, reparou que nada tinha para preparar uma refeição. A preguiça de voltar a vestir a roupa era gigante. A sornice era mais que muita. Sabia bem o calor no corpo após o banho quente e relaxante. Resolveu vestir algo simples e tocar na porta do vizinho da frente.

- Olá boa noite, desculpe incomodar.

- Não incomoda. Diga, diga. - respondeu sorrindo o homem que, tal como ela, vivia sozinho. Apenas ostentava uma toalha à cintura e o corpo ainda molhado de um duche.

- Já é tarde e reparei que não tenho nada para jantar. Tem uns ovos que me dispense?

- Entre... - convidou ele.

- Não quero incomodar - e foi entrando no apartamento do vizinho.

- Também não tenho grande coisa, não fiz compras ainda. Mas tenho leite com farturas.

- Oh! Gosto bastante de leite - sorriu atrevida.

O vizinho tocou-lhe levemente no ombro.

- Então perfeito, eu cozinho para nós. Deixe-me só ir vestir algo. Fique à vontade.

Solange sentou-se no sofá exibindo a coxa esquerda. Um acto de provocação consciente. A fome era tanta... O vizinho voltou vestindo apenas umas cuecas justas ao corpo. Vendo-a tão apetitosa, o seu mangalho cresceu por baixo do fino tecido. Ela sorriu.

Leoa disfarçada de vizinha, Solange foi gatinhando em direcção ao bacamarte que crescia sem vergonha. Quando chegou pertinho po-lo a descoberto. Levantou-se e enquanto apertava e acariciava o bicho, beijou o vizinho. As línguas entrelaçaram-se. Que tesão, murmurou ele e Solange concordou.

Chupando e saboreando o mangalho, a saliva escorria pelo queixo e ela gemia de prazer. Começou a sentir-se húmida e o seu grelo abriu como uma ameijoa. Ele também a lambeu, demoradamente, antes de a penetrar com o seu membro duro e vascular.

Cavalgou sobre o falo faminto. Veio-se intensamente, sentido a onda de prazer percorrer o corpo. Ele deu-lhe uma palmada no rabo. Solange gostou. Nos instantes que se seguiram ronronou como uma gata com o cio. Ele pulsava à medida que ela chupava e pedia pelo leitinho quente. A explosão deu-se dentro da sua boca. Sem se engasgar engoliu sem hesitações, até à ultima gota. Foi uma fartura de leite.

Lisboa, 14 de maio 2018
um Velho Pervertido